Encontro internacional discute transição energética justa e proteção dos povos da floresta

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Evento realizado na UFPA promoveu diálogos sobre justiça climática com a presença de parlamentares e representantes de movimentos sociais.

Na manhã desta sexta-feira (14), foi realizado o Encontro Internacional de Parlamentares e Sociedade Civil pela Justiça Climática, no Centro de Evento Benedito Nunes, da Universidade Federal do Pará (UFPA). O evento foi promovido pela Deputada Estadual Lívia Duarte (PSOL) com o objetivo de fortalecer alianças e estabelecer diálogos em busca da justiça climática.

O debate contou com a participação de autoridades nacionais e internacionais, ativistas ambientais e a sociedade civil representada nos grupos como Movimento Negro Unificado, Movimento dos Atingidos por Barragem, Movimento de Atingidos por Represas, Movimentos Quilombolas, Grupos Indígenas entre outros, em torno das discussões sobre caminhos possíveis para uma transição energética justa que considere populações vulnerabilizadas.

Lívia Duarte abriu as discussões da mesa ao lado dos deputados federais do PSOL, Ivan Valente, Talíria Petrone, e Sâmia Bomfim, além dos ativistas João do Clima, de Outeiro, e Lidy Nacpil, filipina e coordenadora do Movimento dos Povos Asiáticos sobre Dívida e Desenvolvimento. “O encontro foi pensado para que nós pudéssemos reverter a lógica do espaço oficial da COP, nós queríamos ouvir os parlamentares, nós queríamos afinar as nossas táticas de luta, mas nós queríamos ouvir e contar com a sociedade civil”, ressaltou a deputada estadual.

Ela também destacou a presença e a participação dos diversos movimentos sociais presentes no evento, que atuam em defesa do meio ambiente, contra a exploração de petróleo na foz do Amazonas e frente às múltiplas ameaças ambientais que impactam os modos de vida das populações tradicionais e originárias, mostrando ser necessária a inclusão de todos, principalmente dos que mais sofrem com os impactos ambientais e focar em um modelo novo, livre da exploração.

Os convidados presentes enfatizaram o problema envolvendo a exploração das riquezas naturais, movida pelo lucro, que pratica crimes contra o meio ambiente, pois provoca a degradação do solo, afeta diretamente a natureza e coloca em risco constante as populações que vivem nesses territórios. Rosa Gálvez, senadora do Canadá, enfatizou a urgência de promover uma transição energética capaz de interromper esse ciclo de destruição. Segundo ela, “Não podemos permitir que, ao resolver um problema, criemos outros. Precisamos fazer uma transição, uma transição ecológica, uma transição energética, uma transição social, porque essa mudança precisa ser inclusiva. Não podemos continuar utilizando o mesmo modelo”.

Andréia Carvalho, membro do Movimento dos Atingidos por Barragem, veio do Rio Grande do Sul para participar da Cúpula dos Povos e se fez presente no encontro internacional, destacando que: “o encontro de todos os povos aqui é a possibilidade do Brasil e do mundo saberem que toda a destruição que aconteceu no Sul foi porque não teve o respeito e a preservação da natureza”, ressaltando também os impactos da ausência de ações de mitigação climática por parte do poder público.

O encerramento do encontro contou com a participação da deputada federal Érika Hilton (PSOL), que enfatizou a necessidade urgente de mudar nossa matriz energética. “É preciso mudar o nosso combustível. Nós não podemos mais continuar a utilizar combustíveis fósseis da maneira como nós fazemos. A transição energética não pode ser consolidada, construída, formulada, planejada, pensada, sem contemplar as pessoas, sem contemplar o cotidiano, a vida, a realidade delas”, afirmou. Ela reforçou que o debate climático deve necessariamente incluir a defesa dos territórios e de quem neles vive, lembrando que “o povo da floresta sempre defendeu, debateu, discutiu e colocou as urgências como prioridade”.

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